22 September 2008


Eis-me. Estás em tua casa.A tua carne na minha carne. A tua boca bebe na minha garganta...Olha-me.Governa-me.Estás no interior de mim...Os sussurros são aves que enchem a sala...

Nocturna

Nocturna passageira
No embarque do sono...
Alucinante
Visionária
No desespero da utopia.
Libertária
Aventureira
Sexo imaculado
No libertar da loucura...

19 September 2008

Hummm...

"(...) A sua loucura tomava dimensões exorbitantes, coexistindo miscívelmente com a sanidade, formando um labirinto de situações e pensamentos fundidos com a consciência e a inconsciência. Não percebia padrões. Eles talvez nem existissem. As visões apanhavam a insanidade mental enquanto estavam fisicamente em contacto real. Os sonhos inexistiam na coerência real, mas brotavam da mais profunda reflexão racional. A tudo lhe foi possivel sobreviver, excepto à fusão final da loucura com a realidade. Agora apenas deixava o tempo passar diante dos seus sentidos e pensamentos esperando pacientemente pelas mudanças que saberia que não iriam aparecer. Esperar o inesperado. Objectivar com o resultado de uma profecia que nunca se iria concretizar. Tudo era a a única forma de se ser aquilo que se é. (...)


"Excerto do livro "Subterfúgios" de Bruno Miguel Resende.
http://liverdades.blogspot.com

Loucura... Why not?

“Há almas incuráveis e perdidas para o resto da sociedade. Suprimam-lhes um dos meios para chegar à loucura: inventarão dez mil outros. Criarão meios mais subtis, mais selvagens; meios absolutamente desesperados. A própria natureza é anti-social na sua essência - só por uma usurpação de poderes é que o corpo da sociedade consegue reagir contra a tendência natural da humanidade. Deixemos que os perdidos se percam: temos mais o que fazer que tentar uma recuperação impossível e ademais inútil, odiosa e prejudicial. Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem se tenta livrar do desespero.”

-Antonin Artaud-

10 September 2008

A Loucura

A loucura é a página em branco. É o vice-conceito da expressividade reprimida pelas razões quotidianas das certezas absolutas...Mas há uma asa delirante em cada argumento da razão que aguarda pelo momento de se esquecer... pelo momento de se perder sem explicações no caminho das incertezas, das dúvidas, das filosofias e da loucura de ser, compondo sempre esta ponte entre o possível e o impossível, abusando das possibilidades do impossível...





"E o que é um autêntico louco? É um homem que preferiu ficar louco, no sentido socialmente aceite, em vez de trair uma determinada idéia superior de honra humana. Assim, a sociedade mandou estrangular nos seus manicómios todos aqueles dos quais queria desembaraçar-se ou defender-se, porque se recusaram a ser cúmplices em algumas imensas sujeiras. Pois o louco é o homem que a sociedade não quer ouvir e que é impedido de enunciar certas verdades intoleráveis."

(De Antonin Artaud - louco, marginalizado e incompreendido enquanto viveu)