evaporação
retirou o magro rosto da cinza
cobriu a nudez com o fúlgido temor
dos presságios
esmagando sob a língua o crepuscular
alfazema
recolheu o negro e húmido resplendor
dos cedros na concha das mãos
e no início da mítica noite ergueu
os braços
respirou fundo o quente olor da
madressilva
abriu as mãos ao vento derramando
sobre a cabeça a fulva beberragem
quando o hirsuto cabelo ficou atado
no esplêndido halo da água
já a parte ainda humana do seu corpo
ascendia
vagarosamente
ao perene bosque solar
Al Berto
in "A secreta vida das imagens"
Bonita escolha, este poema do saudoso Al Berto.
ReplyDeleteSegui-te, venho dos comentários do Ascoroso :)
Não tenho podido andar muito nos blogs, tenho estado quase "hibernada". Mas espreitei lá e pronto, dei contigo a dizer uma coisa que eu também penso e depois tive de vir aqui e agora já tomei lanço e a toca hoje vai ter de esperar!
Dark kiss.
Somos Seres a desaprecer,duma forma ou de outra...queremos evaporar como entranhar..os sábios entranham o dedilhar das mãos na Alma
ReplyDeleteAl Berto,o anjo negro.
ReplyDelete(bela escolha)
Obrigado bela Fada... Al Berto é, como bem diz Vertigo, um anjo negro e por isso indispensável...
ReplyDelete(ia dizer obrigatório,mas não gosto desta palavra :))
Quanto ao que temos em comum, até o "hibernar" se inclui... costumam dizer que sou sazonal...:)))
Kisss...
DarkViolet... é bem verdade.
ReplyDeleteE ficamos e entranhamos na memória uns dos outros...
Kisss...
Vertigo... um belo anjo negro!
ReplyDeleteKisss...