11 June 2007

Noite assustada...

Explosões de luz
arrancadas a equívocos relãmpagos
Grafitam todos os muros da Noite...
Em ondas de medo e fascínio, rebento-me azul...
A brisa acaricia os arbustos do desejo
O aroma da terra vem ao meu encontro
O perfume do abismo,
A que me abandono... deslumbrada...

1 comment:

  1. Não conheço ninguém que esteja tão ligada à terra como tu estás. O teu poema mostra essa relação, que muito mais do que espiritual ela é sensível. Os sentidos são o elo principal como se por eles tu alcançasses a alienação - é pelo corpo. Por alienação entenda-se "o momento construtivo dentro o e fora de mim"; é aí, nesse momento que se dá a relação do 'eu' com a terra; o sublime... (já não tenho palavras para isso - é sublime). E o que são esses "flashs de luz", senão o rasgar com o aparente (aqui no sentido mais pejorativo - o que é aparente é o que é falso/não autêntico)? O que é a Noite senão um catalizador de energia; onde o teu corpo ganha sentido; onde os teus gestos ganham significação ao rasgarem o aparente? Muito mais que o espírito, é o corpo que permite a autenticidade de 'ser' ao permitir essa relação com a terra - a natureza. Rasga-se o Logos, destrói-se o Mito e regressa-se ao Rito...

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