
Promíscuos tombam, num tropel de corpos, de pernas, braços
Bocas e cabelos, ancas e mãos, de línguas e gemidos...
uivos de espasmo, seios e tremuras...
Torcem-se os corpos, arfam e agitam-se, soergue-se e descaem,
A pouco e pouco vão ficando plácidos...
como que dormindo na difusa, anónima e divina
confusão final...
De súbito levantam-se, altíssimos
ao pé dos corpos que ainda jazem, trémulos...
Recortam-se na luz que irisa a negridão dos sexos
As gargalhadas tinem pela praia clara, lambendo a areia
que fica suspensa no limiar do vento...
Silvos ligeiros, lépidos, irónicos
alisam pela praia o que ficou dos corpos
areia remexida, vagos moldes de ancas e torsos,
calcanhares e braços
e até gotas dispersas do vertido amor...
Apenas o tinir das gargalhadas subsiste ainda
e o vulto que se espreguiça à beira da água...
Nascem, tão junto às vagas
ReplyDeleteos sentidos que esmagam os homens
num sonho que foi de pertença.
Escravo do seXo,
marcado a giz, nas pequenas
criaturas, tolas,
inseguras.
Rasgam o solo e rompem
o dia
os morcegos da nossa utopia:
sonhamos ser um
e a carne enganou-nos
sempre
no sonho de dois.
Fogueiras de orgia
em ilhas esquecidas
iluminam o que o diabo
rendia;
de faces rubras os homens
embalam as mulheres
e o perfume da sereia
encandeia.
Os sonhos despidos
são pesadelos prometidos
e nada nos resta
aquém da carne funesta.
:P
Crepusculo dos Desejos
ReplyDeleteEntoou o crepusculo dos desejos,
nas sirenes das líbidos se sonorizou a vontade,
pelas trepidantes ventanias se estimularam os órgãos,
potenciante hormona da insaciável sexualidade,
pelos veludos vermelhos se contorciam os corpos despidos,
consequentes humidificações vaginais e falos erguidos.
Esvoaçantes pétalas negras que gemiam,
suavemente aterravam nos corpos que se contorciam,
relampejos extasiantes de orgasmos múltiplos,
multiplicados pelos prazeres dos contactos,
uivos abissais de clemências por penetrações,
espasmos divinais de mentes em sumptuosas sensações.
Perante o céu palpitante se seduziam os contornos,
peles de cetim embelezadas por lascivos adornos,
em chicoteamentos dos corpos trovejavam incêndios,
em algemamentos das líbidos brotavam luxuriosos sorrisos esplêndidos,
em falos ensalivados ejaculavam desejos,
em vaginas devoradoras vibravam relampejos.
No amanhecer dos horizontes se deleitavam os seres,
utopia plena da satisfação de todos os prazeres,
corpos extenuados em sorrisos de existência,
e as harpas tocaram harmoniosamente em excelência,
timbres melodiosos nas brisas dos contentamentos,
interjeição breve nas mentes intensas e corpos sedentos.